‘Batalhão de choque’: ‘tropa de elite’ do prefeito Helinho na Câmara tira verbas direcionadas a pobres, educação e paratletismo; grupo de 13 vereadores votou PPA e não deixou passar nenhuma emenda parlamentar ao orçamento para até 2029


Homens, em sua maioria de etnia branca, são a 'tropa de choque' no primeiro ano do governo de Zanatta (PSD)
(Fotos: oficiais/Câmara; arte: O Diário Piracicabano)

Esta matéria é parte da séria especial PPA 2026-2029. O conteúdo reportado aqui se refere á votação final na Câmara de Vereadores, realizada em duas discussões na quinta passada, dia 30 de novembro.

Das 18 emendas dos vereadores ao PPA (Plano Plurianual), válido de 2026 a 2029, 12 delas tiveram votação e placar idênticos nesta quinta, dia 30, marcando forte quem do Legislativo está com o Executivo. São eles: Edson Bertaia (MDB), Fábio Silva (REP), Felipe 'Gema' (SD), Gesiel Madureira (MDB), Gustavo Pompeo (AVA), Josef Borges (PP), Pedro Kawai (PSDB), Rafael Boer (PRTB), Renan Paes (PL), Thiago Ribeiro (PRD), Valdir 'Paraná' (PSD), Zezinho Pereira (UB) e Wagnão Oliveira (PSD). Também vale o destaque de que todas as emendas foram derrubadas – leia aqui detalhes sobre cada uma delas.

Este grupo de 13 parlamentares votou conjuntamente contra verbas para combate às drogas; implantação de playground adaptado em 94 escolas municipais; investimento no Fundo Municipal de Proteção, Direitos e Desenvolvimento da Pessoa com Deficiência (Fundefic); investimento em acessibilidade no transporte Elevar; duas emendas para construção da escola municipal para os bairros Santana e Santa Olímpia; duas emendas para contratação de 10 bibliotecários para o ensino fundamental; manutenção do Museu da Imagem e do Som de Piracicaba (Misp) e apoio ao desenvolvimento de ações do audiovisual; e suplementação de orçamento para a Defesa Civil.

Ainda sobre o mesmo grupo da base governista, foi derrubada também a emenda do texto do projeto do Executivo para retirar o Art. 3º, Parágrafo Único, que concede ao Poder Executivo uma possibilidade de alterar o orçamento sem passar pelo crivo Câmara – agora, o prefeito Hélio Zanatta (PSD) pode não seguir o aprovado na Casa de Leis e tocar o caixa da prefeitura como quiser. Para o líder de governo na Câmara, Josef Borges (PP), a leitura sobre este assunto é outra.

“A aprovação da emenda causaria seríssimos danos a Piracicaba e acabará engessando o Executivo. Se o município receber um recurso federal proveniente do PAC ou de emendas parlamentares federais ou estaduais, e precisar alterar metas fiscais e financeiras, para uma nova ação no programa, enquanto não se alterar o PPA, o Executivo não poderá incluir e aceitar esses recursos. Isso porque tudo passará pela Câmara para antes ser incluído na LOA, sendo que o artigo 3 dá liberdade [ao prefeito] e é essencial para aceitar esses recursos e compatibilizar os orçamentos.” Josef também falou em hipótese de perda de recursos, ignorando que o Executivo tem base suficientemente grande para aprovações com agilidade.

Quanto à escola para os bairros tiroleses, o líder argumentou que o prefeito já autorizou a licitação e secretário de Obras, Luciano Celêncio, também confirmou tal autorização. “O prefeito não tem palavra, complicado”, questionou Josef. Quanto à verba para regularização das favelas – são mais de 60 no município, o líder ressaltou a criação da Secretaria de Habitação, ignorando que na gestão Luciano Almeida (PP) esta Pasta também existia com o nome Semuhget (Secretaria Municipal de Habitação e Gestão Territorial) – ele também foi líder de Luciano na Câmara.

Ainda no mesmo assunto, Josef disse que a atual secretaria está proporcionando a regularização de 66 núcleos informais ou 10 mil famíliais. “O prefeito está sinalizando que há preocupação sim com habitação, mas a negociação tem que ser com sinergia, com respeito, não pode ser com confronto como alguns pregam.”

Gustavo Pompeo (AVA), uma espécie de sublíder do governo na Câmara, fez uma explicação bem confusa sobre a negativa de verba para o combate às drogas. “As ações do Comad (Conselho Municipal Sobre Álcool e Outras Drogas) não apresentam uso do dinheiro público, e o receio é de que esses R$ 100 mil fiquem estagnados porque não há a prática de utilizar esse recurso.”

Dos 23 vereadores, não compareceram à votação do orçamento do Executivo: Alessandra Bellucci (AVA), Ary Pedroso Jr (PL) e Paulo Henrique Paranhos (REP) – Marco Bicheiro teve sua ausência justificada, conforme a Mesa Diretora, e Cássio ‘Fala Pira’ (PL) continua na cadeia e não tem mais seu nome no painel de votação.

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