Semae está com um acúmulo de 4.430 toneladas de lodo; montante equivale a mais de 1.000 elefantes


Bolsas têxteis com lodo da estação Luiz de Queiroz estão depositadas de forma irregular no terreno da fábrica Boyes, Centro
(foto/crédito: reprodução/Edijan Del Santo/EPTV)

O Semae está com um acúmulo de 4.430 toneladas de lodo resultante do tratamento de água em duas ETAs, Capim Fino e Luiz de Queiroz, uma ‘herança’ de 2024. Para efeito comparativo, o material equivale a 1.107 elefantes asiáticos, com peso médio de quatro toneladas. A informação sobre o acúmulo de lodo consta no Estudo Técnico Preliminar da nova licitação para terceirização de serviços de coleta, transporte e descarte, com pregão agendado para o próximo dia 18 num contrato estimado em R$ 8,24 milhões. 

O mesmo estudo indica utilidades econômicas e sustentáveis para o rejeito – o que provavelmente será revendido pela empresa vencedora da licitação, imputando ao contrato mais um caminho para o lucro além do pago pela administração municipal. 

O lodo das estações de tratamento de água tem seu reuso em materiais de construção civil (cimento, blocos de concreto), no setor ceramista e serve à compostagem. 

A unidade Capim Fino, a maior de todas, consegue armazenar em sua área o rejeito. Pior está a situação da Luiz de Queiroz, no Centro, que se utiliza irregularmente do terreno da fábrica Boyes para armazenagem em bolsas têxteis. Vale destacar também que a prefeitura trava na Justiça uma briga para despejo do lodo no mesmo corpo d’água no qual faz a captação para o abastecimento público. 

O pregão 22/2025 atenderá a Luiz de Queiroz, Capim Fino e Anhumas, com produções médias mensais em toneladas de 250, 500 e três, respectivamente. Como a atual gestão não busca por soluções indicadas no próprio estudo do Semae – podendo vender o lodo para o setor ceramista, que é forte na região, ou encaminhando o subproduto para uso na Esalq/USP, por exemplo – o problema crônico do abastecimento de água fica a mercê de uma despesa milionária.

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