'Jogo de empurra’: prefeitura e CPFL não dão transparência sobre a cobrança da taxa de luz em Piracicaba; ambas se negam a entregar dados sobre imóveis por faixa de consumo à imprensa e ao Legislativo

Apuração da reportagem iniciada em maio mostra um jogo de cartas marcadas para não entregar dado sobre a Cosip; cobrança começa em 2026
(imagens: reprodução)

Não é possível saber a partir de dados oficiais quem vai pagar a conta da taxa de luz (Cosip) em Piracicaba a partir de 2026. A operadora CPFL Energia se negou a passar a informação de unidades ligadas à rede por faixa de consumo para imóveis residenciais e não-residenciais. A prefeitura, por sua vez, também não fornece o mesmo pedido de informação. O fato é o jogo de empurra: a CPFL pede para que a prefeitura dê os dados e a prefeitura pede que a operadora de energia o faça.

A apuração para saber sobre quem irá arcar com a maior fatia da contribuição começou em maio, assim que a taxa foi aprovada pela Câmara de Vereadores. A reportagem escreveu para a assessoria de imprensa da Companhia Paulista perguntando sobre quantos imóveis estão dentro de cada umas das 15 categorias da Cosip e investimentos da operadora na cidade – a contribuição à administração municipal para iluminação pública chegará na conta mensal da CPFL.

Diego Cunha, assessor da empresa, enviou uma nota sobre o formato de arrecadação e emendou que “mais informações sobre a contribuição devem ser consultadas com a respectiva prefeitura” – ele também não forneceu dados sobre investimentos. 

Mesmo com a contra-argumentação de que a demanda não foi atendida, Cunha não respondeu ao jornal, demonstrando a clara falta de transparência e até a conivência com a prefeitura que, no período da aprovação na Câmara para a taxa, teve a base governista defendendo que a contribuição seria pequena e não chegaria a R$ 90 mensais – o maior valor – para a grande maioria dos consumidores, fato que é impossível de ser comprovado.

Uma segunda tentativa partiu da vereadora Silvia Morales (PV/Mandato Coletivo). Por meio de requerimento respondido na quinta passada, dia 26, pelo secretário de Obras e Zeladoria, Luciano Celêncio, veio então a segunda negativa, se repetindo a falta de transparência sobre quantas unidades por faixa de consumo. “Não temos tal informação. Solicitar na CPFL dados sobre clientes”, escreveu à vereadora o secretário.

‘X’ da questão

Quando o então prefeito Luciano Almeida (PP) fez a primeira tentativa, sem sucesso, de implantar a taxa de luz na cidade em 2024, o vereador Pedro Kawai (PSDB) pediu o mesmo levantamento à prefeitura. Diferente da atual gestão, a Secretaria de Finanças passou dados detalhados com quantidade de instalações faturadas, arrecadação por faixa de consumo e porcentagens – infelizmente, de 2024 para 2025, a definição para a cobrança mudou e não é possível utilizar os dados informados por Luciano Almeida ao Legislativo. Obviamente, Hélio Zanatta (PSD) e sua equipe têm os dados, mas resistem em torna-los públicos. A vereadora Silvia Morales informou à reportagem que irá oficiar a CPFL para a entrega das informações.

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