![]() |
A região de Piracicaba vende quase 40% de seus produtos aos EUA, uma fatia muito mais significativa frente ao peso nacional de 12% (Imagens/créditos: ICL Notícias e Reuters) |
O presidente republicano estadunidense anunciou nesta semana a taxação de 50% para qualquer produto vendido pelo Brasil. Donald Trump fixou 1º de agosto para o início do tarifaço aos produtos nacionais. A reportagem levantou os principais impactos locais dentro deste cenário de novos impostos da terra do Tio Sam.
Piracicaba é o segundo município do Estado de São Paulo no ranque das maiores exportadoras para os Estados Unidos, conforme levantamento do ICL Notícias com base em dados de 2024 do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio (MDIC). A venda no ano passado somou 1,32 bilhão de dólares e só perde para São José dos Campos, cidade onde está baseada a Embraer – empresa privada com ações negociadas na Bolsa de Valores e líder mundial na fabricação de aeronaves.
Só neste ano, até junho, Piracicaba exportou para o Tio Sam mais de 710 milhões de dólares, mostra estatística do Comex Stat. Conforme a regional do Ciesp, em relação ao balanço do primeiro quadridentes de 2025, os principais destinos das exportações de Piracicaba mais sete cidades do entorno foram Estados Unidos (39,4%), Canadá (7,8%) e Argentina (5,5%) – mostrando o peso da relação comercial entre a cidade e os EUA; a fatia brasileira é de apenas 12%.
Da nossa região, os principais produtos exportados foram máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (56,9%), açúcares e produtos de confeitaria (9%) e produtos químicos orgânicos (7,8%).
Ou seja, daqui saem não somente produtos agrícolas, mas manufaturados e com valor agregado, o que também implica na oferta de empregos industriais, considerados de maior qualidade frente ao setor de serviços – isto é, proporciona maior segurança em salário e benefícios.
NOSSAS EMPRESAS
Conforme reportagem do colunista do UOL Graciliano Rocha, das 20 empresas listadas na Bolsa mais expostas ao tarifaço de Trump, duas estão em Piracicaba. Da Cosan 6% das receitas vêm das exportações para os EUA no comércio de combustíveis e lubrificantes. Da Klabin a fatia corresponde a 1,8% na venda de celulose e embalagens.
Em tempo: é muito provável o recuo dos EUA no tarifaço, visto que Trump geralmente volta atrás em seus anúncios. Por outro lado, o governo federal trabalha em duas frentes para amenizar possíveis impactos: por meio de uma comissão com o empresariado para encontrar outros países compradores e negociações com os EUA via Itamaraty – e até mesmo alguma pressão via OMC (Organização Mundial do Comércio). Caso a situação persista e o tarifaço vire realidade, a economia piracicabana pode sim sofrer grandes impactos e caberá ao governador Tarcísio de Freitas (REP) contornar a situação.
________
CURTE O DIÁRIO?
Contribua com o jornal:
PIX (chave e-mail)
odiariopiracicabano@gmail.com
Na plataforma Apoie-se
(boleto e cartão de crédito):
https://apoia.se/odiariopiracicabano
***
Apoie com R$ 10 ao mês (valor sugerido).
Precisamos de 100 amigos com essa doação mensal.
Jornalismo sem rabo preso não tem publicidade!