A prefeitura de Hélio Zanatta (PSD), que já tomou nota pública do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo por falta de transparência, resolveu prestar esclarecimentos quanto à primeira reportagem, de julho – que teve postagem nas redes sociais suspensas pela justiça piracicabana por conta de uma reclamação feita pelo Semae. A nota da comunicação da administração municipal disse ter enviado a Vigilância Sanitária até o supermercado e o condomínio residencial, mas não apresentou documentos como requisitado pela reportagem. A resposta também indica a veracidade das informações prestadas pelo jornal.
“Quanto ao trabalho de fiscalização em áreas/locais particulares, a Vigilância Sanitária explica que, durante o ano, todos são fiscalizados; até o momento, dos citados pela reportagem, dois foram fiscalizados recentemente e não apresentaram desconformidades. É importante esclarecer que, além das amostras anuais coletadas pela Vigilância, as empresas devem realizar análises mensais e semestrais e lançar os resultados no Sisagua. Quando apresentam resultado de potabilidade insatisfatório – ou fora dos parâmetros exigidos – a Vigilância faz notificação para que seja feita a correção e nova coleta e análise são realizados para confirmação de que a água está própria para o consumo. Caso não seja atendido, é aberto processo administrativo sanitário com lavratura de auto de infração e demais penalidades cabíveis”, informou o Semae por meio da assessoria de imprensa.
CENSURA
“Recebi com espanto a decisão da Justiça para a retirada da reportagem em questão, lastreada em fonte oficial Sisagua/Ministério da Saúde. Piracicaba tem um histórico, desde ao menos 2018, na contaminação da água, mostra o Mapa da Água, levantamento da organização Repórter Brasil. Espanta mais ainda a prefeitura distribuir release acusando O Diário por fake news – termo que não foi utilizado em decisão judicial, mas foi publicado por diversos veículos da cidade sem conceder o direito de resposta e com prejuízo à prática do jornalismo ético de ouvir o outro lado. Quem está usando de fake news é o Poder Público, a fim de calar o jornalismo investigativo e não-comercial por meio de lawfare. Enquanto isso, ao que tudo indica, a Vigilância Sanitária permanece inerte quanto à saúde pública e não alerta a população sobre contaminações em água distribuída em condomínio residencial e supermercado, que é o caso apontado pelo Sisagua para a cidade em 2025”, relata a editora-chefe do Diário Piracicabano, a jornalista Cristiane Bonin. A profissional acrescenta que espera que a Justiça reveja a decisão e mantenha a informação disponível à população.
Veja aqui mais da Repórter Brasil sobre 'Como garantir uma água limpa para beber?'.
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