Os anos de 2017, 2020, 2021 e 2022 têm registros de elementos com potencial cancerígeno na água distribuída pelo Semae acima do VMP (Valor Máximo Permitido). O trabalho científico de graduação da engenheira química Letícia Bertanha Souto de Morais para a Unimep mostrou a formação de trihalometanos entre 0,128 e 0,231 mg/L, acima do valor permitido na Portaria 2.914 de 12/12/2011 sobre padrão de potabilidade de água, que o limita em 0,1 mg/L. Este estudo foi feito em 2017 em quatro bairros de Piracicaba com reanálise das amostras após 22 dias. A pesquisadora apontou que a correção da água com trihalometanos tem “alto custo na eficiência de controle e redução, já que sua formação é considerada cientificamente complexa”. Em off e trazendo para uma data mais próxima o problema da descontaminação, um parlamentar informou à reportagem ter conversado há um mês com um especialista no assunto da Esalq/USP e o mesmo relatou necessidade de medidas drásticas, como esvaziamento de tanques, a fim de eliminar a contaminação. Já no período de 2020 a 2022, a contaminação está em dados do Vigiagua/Sisagua, nas opções Controle Semestral e Tabela Resultados Completos, incluindo os haloacéticos – veja detalhes nas tabelas abaixo.
Em 2020 foram um total de 19 amostras com a contaminação envolvendo as ETAs Capim Fino, Luiz de Queiroz e Anhumas. No ano seguinte o problema aumentou com 26 amostras comprometidas e novamente nas três estações de tratamento da cidade. Em 2022 houve um recuo nos trihalometanos e haloacéticos, com 15 amostras problemáticas nas mesmas estações mais Ibitiruna e Tupi. Em todo este período houve registro de irregularidades tanto na saída do tratamento como na distribuição da água.
Os dados de 2025 e os anteriores foram informados pela reportagem ao Ministério Público de Piracicaba. A prefeitura foi questionada sobre este passado recente e problemático, mas não se manifestou sobre dados anteriores à gestão Hélio Zanatta (PSD), os quais incidem sobre as administrações municipais de Luciano Almeida (PP) e do ex-tucano Barjas Negri (PSD).
Em tempo: é de se lamentar a clara precarização no saneamento municipal à poluição das águas, inviabilizando o abastecimento público e o direito universal ao acesso à água potável.
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