Promotora do Gaema brilha na audiência ao destacar a necessidade da proteção das águas em contraponto ao congelamento no crescimento de Piracicaba


Esta matéria é parte integrante do 'Especial Tarifaço Semae 2025' e a audiência pública realizada na Câmara de Vereadores nesta quarta, dia 20, sobre aumento de quase 20% na conta d'água.

Quem brilhou mesmo na audiência pública foi Alexandra Faccioli Martins, promotora do Ministério Público, integrante do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa de Meio Ambiente). Muito se falou em obras e cifras milionárias, mas o cerne da questão é a crise hídrica. Sem água e poluído, os dois principais mananciais que abastecem Piracicaba perecem e a promotora deu o caminho – ao contrário do presidente do Semae, Ronald Pereira da Silva, que, apesar de admitir “sinergia” da autarquia com o tema, jogou a responsabilidade para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente sem representante na audiência.


A promotora do Gaema aponta urgência para melhorar vazão e reduzir poluição; caso contrário, Piracicaba terá de investir altas somas para produzir água tratada
(Foto/crédito: Guilherme Leite)

As soluções apontadas pela promotora são aumento de vazão – nas alternativas do Sistema Cantareira, represa de Salto Grande (Americana), redução de captações a montante do Piracicaba – e redução da poluição. 

“Se continuarmos com este cenário de estiagem, vamos ter episódios de novas mortandades e quando acontecer, muito pouco há para ser feito, além do prejuízo da água captada no Rio Piracicaba para tratamento na ETA Luiz de Queiroz. Pelos últimos dados chega a ser classe 4 nosso Rio Piracicaba. Isso significa estar vedada a destinação para abastecimento público. O tratamento existente hoje na Luiz de Queiroz [que capta do Piracicaba] é um sistema convencional. Se não tivermos sucesso nesta empreitada de melhoria da vazão do rio e da qualidade do que é lançada a montante, teremos que pensar num investimento muito mais robusto para a ETA Luiz de Queiroz garantir um tratamento avançado que seja capaz de remover este nível de contaminantes e de poluentes, muitos deles extremamente danosos à saúde, como os disruptores endócrinos e a carga de agrotóxicos.”

A situação é tão crítica que demanda da ETA Capim Fino, com captação no Corumbataí, o transporte de água para a Luiz de Queiroz a fim de diluir o que vem do Piracicaba para dar condições de tratamento da água. “Sem água em quantidade e qualidade adequadas o município praticamente se congela. Como vamos pensar em expansão de empreendimentos, industriais ou imobiliários, sem investimentos. Isso já era retratado no Plano de Saneamento de 2010. O que foi realizado desde então para contornar essa situação e para garantir que essa realidade alterada”, questionou.

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