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Planta publicada pela prefeitura mostra rua cortando a antiga fábrica de bolachas na Cássio Paschoal (Foto/crédito: DOM/10 de junho de 2025) |
O prefeito Hélio Zanatta (PSD) quer desapropriar parte da ex-fábrica de bolachas da Kraft Foods, no Morumbi, para cortar o terreno e ligar a avenida Cássio Paschoal Padovani com a rodovia Margarida da Graça Martins – uma estrada simples e pouco movimentada que leva ao Sinfesalq e ao Jardim Brasília.
A reportagem consultou a vereadora Silvia Morales (PV/Mandato Coletivo), que é engenheira civil e tem vasto conhecimento em parcelamento do solo. Segundo ela, a nova ligação só se justificaria se houvesse empreendimentos imobiliários no local – o que não há atualmente. Ela alerta também que a abertura de vias públicas é uma contrapartida do loteador, não cabendo ação da prefeitura.
Os detalhes sobre a desapropriação foram publicados no Diário Oficial do último dia 10 no decreto 20.503 do prefeito. A área que o Executivo pretende adquirir pelo valor simbólico de R$ 83,45 para o município totaliza 8.345,03 m² – o terreno da antiga fábrica tem 84.565,09 m² e valor venal de R$ 39,34 milhões. Caso a prefeitura pagasse o preço por metro quadrado, a R$ 1.023,01, a desapropriação custaria R$ 8.345,03 – ou seja, a proposta do decreto, amigável ou judicial, vale 0,99% do preço comercial.
De Luciano para Helinho
A rua do prefeito 2. Essa história da rua do prefeito na fábrica de bolachas não é somente coisa de Helinho. Há dois processos no sistema Sem Papel da prefeitura: o primeiro foi iniciado durante o governo Luciano Almeida (PP), em setembro de 2024, e o último status informado é do dia 12 agora nas mãos da Divisão De Tributos Imobiliários (Finanças); um segundo começou no dia 7 de janeiro deste ano e atualmente está com o gabinete do prefeito. Não é possível ver detalhes dos processos porque, muito provavelmente, há dados privados.
O que diz a proprietária
A atual proprietária da antiga fábrica de bolachas, a Cataguá Construtora e Incorporadora, foi contatada pela reportagem. O fato que mais chamou a atenção foi a empresa informar não ter “definição quanto a utilização futura do imóvel”, informou a gerente de marketing, Tânia Pizzi. “O decreto foi publicado semana passada e ainda está em análise pela diretoria”, informou ela sobre a aceitação ou não da proposta de desapropriação por R$ 83,45.
A reportagem questionou a prefeitura sobre estudos de trânsito na área, justificativa do decreto, valor da construção de via e a responsabilidade do loteador, mas nenhum esclarecimento foi prestado.
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