Solução passa por cuidados com as nascentes à eficiência operacional do saneamento, destaca professor
(Foto/crédito: Guilherme Leite)
Mais uma vez, o alerta sobre escassez no abastecimento público em Piracicaba foi dado, desta vez pelo professor universitário aposentado e consultor em recursos hídricos Rinaldo de Oliveira Calheiros. Palestrante de atividade na Escola do Legislativo na última quarta, dia 18, o especialista alertou que o Rio Corumbataí – de onde são retirados 80% do abastecimento da cidade – tem previsão de indisponibilidade para atender à demanda a partir de 2030. E a coisa pode piorar em 2040, ultrapassando em 140% a capacidade do manancial.
Calheiros classificou a situação como séria e recorrente, com piora nos últimos anos. O cenário é agravado pelo acúmulo de lodo em estações de tratamento, que reduzem a capacidade de produção de água tratada; perdas no sistema de distribuição de água tratada, com cerca de 57% de vazamentos na rede de distribuição; e, também, por questões relacionadas ao planejamento, que fazem com a infraestrutura do sistema muitas vezes não acompanhe de forma simétrica o crescimento da demanda.
As soluções apontadas pelo professor vão desde ações na microbacia do Corumbataí, como o desassoreamento de nascentes, a ações mais gerais em investimentos na eficiência operacional do sistema de saneamento, gerenciamento do controle de perdas de água tratada e campanhas educativas contra o consumo clandestino – leia mais sobre a palestra aqui.
Conforme o último boletim hidrológico do Consórcio PCJ (Bacias Piracicaba, Capivari e Jundiaí), em maio, a vazão do Corumbataí foi de 2,78 m3/s, sendo que a média para o mês é de 4,63 m3/s. O Piracicaba também apresentou baixa vazão no mesmo período, a 36,56 m3/s, quando eram esperados 75,44 m3/s. No documento, o PCJ já prevê a possibilidade de agravamento da disponibilidade hídrica para 2026.
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