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Pompeo parece estar buscando se destacar na defesa do Executivo para ser o próximo líder do governo; Renan, de extrema direita, também está na base do prefeito Helinho (fotos/créditos: Rubens Cárdia) |
O debate na Câmara de Vereadores que aprovou o mega remanejamento no Orçamento 2025 para pagar, segundo o prefeito Hélio Zanatta (PSD) seus comissionados, teve dois momentos de ataques verbais ao funcionalismo presente durante a votação, na segunda pela manhã, dia 30.
O primeiro partiu de Gustavo Pompeo (AVA). Ao responder a verificação de presença no plenário, ele disse que estava sim ali e trabalhando, diferente dos servidores presentes na galeria. "Presente, no meu lugar de serviço aqui, presidente, diferente de algumas pessoas que não estão lá nos seus próprios serviços", disse.
Na sequência e no mesmo sentido, foi a vez de Renan Paes (PL) ao afirmar no microfone que “quem está aqui nem está trabalhando”, se dirigindo aos servidores.
"A minha preocupação é: vamos garantir o pagamento do salário do funcionário porque quem trabalha merece receber. Se eu trabalhasse, eu também merecia receber. Eu peço, por favor, para que a gente consiga votar isso até as 10h [da manhã], porque às dez o presidente desta Casa consegue enviar [a decisão sobre o projeto] para a prefeitura, e a prefeitura consegue publicar [no Diário Oficial] e pagar o servidor ainda hoje. Então eu solicito... [público na galeria se manifesta contrário] Olha a bagunça aqui. Sabe por que eles estão fazendo isso? Porque estão querendo atrasar, eles estão querendo passar essa sessão das 10h para que a gente não consiga fazer o pagamento. E não conseguindo fazer o pagamento, eles usam todos os servidores e os funcionários contra a Câmara. Pode ver que quem está aqui, ó, quem está aqui nem está trabalhando. Podia (sic) estar trabalhando, mas tá aqui, tá?!"
Vereador x pastor-presidente
O clima tenso também se estendeu entre a vereança. André Bandeira (PSDB) pediu, logo no início da sessão, para o pastor-presidente da Câmara, Rerlinho Rezende – também tucano – emendas com parâmetros do departamento financeiro da Casa de Leis para retirar do projeto as dotações de do custeio e investimentos.
Os debates foram se inflamando e, passado o uso da tribuna por cinco parlamentares, o líder do governo Josef Borges (PP) pediu o fim desta etapa – conforme prevê regimento interno – e a abertura da votação, o que acabou acontecendo. Bandeira pediu a fala, questionou o pastor-presidente sobre correções via emenda, e foi respondido com um mero “agora já passou o tempo” – o contexto mostrou a pressa da base governista.
Falta de transparência
Da primeira votação do PL 136, no último dia 23, até a derradeira realizada ontem, a vereança de oposição também não foi atendida quanto a transparência do remanejamento encharcado de números e o impacto financeiro – o pastor-presidente foi questionado e fez pouco sobre tais demandas, dizendo secamente que não vieram do Executivo as explicações pedidas.
Bandeira até fez um teste com o líder: leu dois códigos e pediu para ele explicar a saída e entrada do recurso, o que Josef não soube responder mesmo com Bandeira repetindo a questão.
MP na jogada
O contra-ataque ‘final fatale’ partiu mesmo do Ministério Público no fim da tarde da sexta, dia 27, quando se instalou o ‘terrorismo’ feito com os servidores públicos num jogo entre Executivo e Legislativo na suspensão do pagamento e condicionando os salários à aprovação do mega remanejamento.
O promotor Luciano Coutinho cravou haver recursos na LOA (Leia Orçamentária Anual) e disponibilidade financeira da prefeitura, e recomendou o pagamento dentro do prazo – caso contrário, uma investigação por improbidade administrativa seria aberta sobre a decisão do prefeito.
Por fim, como previsto, a base governista no Legislativo aprovou tudo como o prefeito queria e os salários foram pagos no início da semana, com Hélio abrindo um precedente de má administração e gestão públicas, conforme anotou o promotor.
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