Elevador ‘Las Vegas’: prefeitura lança edital para privatização do Elevador Turístico com quebra de lei e prejuízos à piracema no Piracicaba


Simulação feita pelo jornal, com auxílio de inteligência artificial, apresenta formato de como o prefeito está liberando a privatização do Elevador Turístico
(Arte: Gemini)

Agindo contra lei municipal quanto à poluição visual em anúncios publicitários e com altas chances de interferir negativamente na piracema do rio Piracicaba, a privatização do Elevador Turístico, localizado na ponte do Mirante, tem permissão da gestão Hélio Zanatta (PSD) para transformar todo o prédio em um outdoor gigantesco – lembrando o leiaute da cidade estadunidense Las Vegas. A liberação para anúncios está no documento anexo ao edital 08/25, intitulado Plano de Trabalho.

Em poucas linhas, o plano de investimentos de tal ponto turístico inclui “instalação dos painéis de LED para ‘envelopar’ o elevador, criando mais uma atração visual para a cidade e fonte de receita via outodoors” – é risível a prefeitura falar em atração quanto à exibição de publicidade. 

O pregão será finalizado em 24 de fevereiro e parte de um lance de parcos R$ 100 mil no pacote que inclui também as privatizações do Parque do Mirante e Aquário Municipal – espaços de lazer e cultura entregues ao lucro e na mão contrária do previsto quanto à garantia na Constituição Federal de acesso gratuito da população. Só a construção do Elevador, em funcionamento desde 2015, custou aos cofres municipais R$ 1,25 milhão e não há dados sobre valor de suas manutenção e administração ao longo desses dez anos. 

A exigência à empresa vencedora é um investimento de pouco mais de R$ 8 milhões em 25 anos – em uma 'conta de padaria', resulta em R$ 328 mil ao ano, um valor ridículo para o orçamento 2026 do Executivo em mais de R$ 3 bilhões, configurando em um flagrante de entrega do patrimônio municipal à inicitiva privada. 

A vereadora Silvia Morales (PV/Mandato Coletivo), profissional da engenharia civil, especialista em Urbanismo e mestra em Habitação e Urbanismo, já adiantou à reportagem que é ilegal cobrir o prédio com anúncios. E estudos mostram prejuízos para a fauna com aumento da iluminação artificial, incluindo de ciclos reprodutivos à desorientação dos animais. A prefeitura foi questionada, mas não prestou qualquer esclarecimento. 

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