Luciano Almeida e Hélio Zanatta desempenham o orçamento nos primeiros anos de mandato no mesmo formato, mostram números do Tesouro Nacional
(Fotos/crédito: reprodução/web)
A capacidade de investimento dos dois últimos prefeitos de Piracicaba, Luciano Almeida (PP) e Hélio Zanatta (PSD), nos primeiros anos de seus mandatos são praticamente idênticas. Com o desempenho fechado nos meses de agosto de 2021 e 2025 pelo Siconfi/Tesouro Nacional, Luciano executou 45,98% do que tinha em mãos e Hélio, 47,18%. Olhando para 17 macroáreas, a diferença entre os dois chefes do Executivo está na precarização do saneamento, que encolheu -23,5 pontos percentuais (p.p.) em investimentos neste ano no comparativo com 2021. No sentido contrário, Zanatta apostou mais em urbanismo, ampliando em 11,65 p.p. o efetuado por seu antecessor. O atual prefeito fechou o quarto bimestre de seu primeiro ano com R$ 1,45 bilhão de sobra de caixa de um total de R$ 2,75 bilhões para este ano.
Os cálculos foram feitos baseados em dados dos Relatórios de Execuções Orçamentárias, declarados pelas gestões municipais ao Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro da Secretaria do Tesouro Nacional. A reportagem utilizou como comparativo a porcentagem para isolar mudanças nas cifras dos orçamentos.
As 17 macroáreas analisadas são Segurança Pública, Assistência Social, Saúde, Trabalho, Educação, Cultura, Direitos da Cidadania, Urbanismo, Habitação, Saneamento, Gestão Ambiental, Ciência e Tecnologia, Agricultura, Indústria, Comércio e Serviços, Transporte e Desporto e Lazer – veja abaixo tabela com saldo por área. A prefeitura bem como todo o secretariado foram contatados, mas não houve qualquer retorno à reportagem.
TOP 5: CAIXAS
Entre os maiores orçamentos – acima dos R$ 100 milhões – Zanata e Luciano ficaram iguais com Saúde, Educação e Saneamento no Top 3. A diferença entre ambos é que o atual prefeito colocou Urbanismo com seu quarto maior caixa e deixou em quinto a Gestão Ambiental – na gestão Luciano era o contrário, Gestão Ambiental e, na sequência, Urbanismo.
Entre os cinco maiores caixas, a melhor capacidade de Zanatta é verificada para Urbanismo, acelerando 11,65 p.p.. Na sequência vêm arranques menores: 5,35 p.p. na Educação e 2,44 p.p. na Saúde.
Mas o atual prefeito perdeu para o ex ‘largado de vara’ em Saneamento (-23,48 p.p.) e também em Gestão Ambiental (-7,86 p.p.).
MAUS DESEMPENHOS
Além dos destaques para o grupo dos cincos maiores orçamentos, vale também certa atenção a índices expressivos de recursos não utilizados em áreas sociais e culturais. A cultura, por exemplo, manteve 73,33% dos recursos sem execução até agosto, enquanto habitação chegou a 72,31% e comércio e serviços, 66,14%. O destaque percentual ficou com a indústria, que registrou 100% de saldo, ou seja, nenhuma aplicação orçamentária até o período analisado.
As áreas com menores volumes de sobra foram transporte (R$ 293,6 mil; 68,61%) e direitos da cidadania, que, embora de menor valor absoluto (R$ 831,2 mil), apresentaram 91,64% do orçamento ainda disponível.
Os números indicam que o primeiro ano do governo Zanatta deve ser marcado pela capacidade de arrecadação projetada, mas baixo nível de execução orçamentária, o que pode refletir entraves administrativos, atraso em licitações ou priorização de equilíbrio fiscal.
O cenário sugere que a prefeitura deve encerrar 2025 com excedente de caixa – como na gestão Luciano – seguindo no desafio de transformar os recursos disponíveis em investimentos efetivos para a população.
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