Esta matéria é parte da séria especial LOA 2026. O conteúdo reportado aqui se refere à audiência pública na Câmara de Vereadores, realizada na quarta passada, dia 05 de novembro.
O corte de R$ 50 milhões na saúde municipal entre as duas versões do PPA (Plano Plurianual) 2026-2029 simplesmente coincidiu com o período de praxe para a revisão de contratos com os hospitais Santa Casa e Fornecedores de Cana, reforçando a possibilidade de suspensão de repasses às entidades filantrópicas. A secretária de Finanças, Karla Pelizzaro, que admitiu não estar a par do tratado com os hospitais, passou a atacar a imprensa na audiência da LOA 2026, atribuindo “fala maldosa” ao jornalismo – mais objetivamente ao O Diário Piracicabano, que foi o único veículo a noticiar o corte com base em dados da própria prefeitura e levantar junto ao Ministério da Saúde o ocorrido porque ninguém do Executivo prestou explicações claras.
“A maldade não está nos hospitais e nem no Legislativo porque estamos aqui para ser fiscalizados e para ser questionado, mas da forma que o sistema de comunicação, que pode ser tão boa quanto tão negativa, e quando ela fala uma fala mentirosa, ela é maldosa. E ela fala uma fala mentirosa no intuito de distorcer e descredibilizar a administração. Antes de eles colocarem, eles deveriam ter ido atrás. A gente tem procurado responder todos e o prefeito faz questão. (...) Acho que o sistema de comunicação, Instagram, Facebook, tem o contra, por ser contra. Ele não é contra o governo do Helinho, é contra qualquer tipo de administração. Está ali para bater. Esse tipo de pessoa é maldosa. Esse tipo de pessoa quer descredibilizar uma administração séria.”
A editora-chefe e fundadora do Diário, a jornalista Cristiane Bonin, esclarece à secretária e ao Executivo basear as reportagens em dados oficiais e não ter qualquer viés de ‘passar o pano’.
“Poder Público é para ser cobrado, independente de quem esteja sentado na cadeira de chefia e de coloração partidária. O papel do jornalismo é reportar o que é de interesse da população e não usar de textos prontos (releases) do Executivo ou do Legislativo para dar apenas a versão de quem está no poder”, esclarece Cristiane Bonin, destacando a falta de transparência de Zanattta com mais de 50 pedidos de informação do jornal à prefeitura via e-mail com apenas dois respondidos – um deles porque o Ministério Público e o Tribunal de Justiça estavam em cópia; em maio, o prefeito tomou nota do Sindicato dos Jornalistas por falta de transparência.
Seja por pressão da opinião pública ou não, a verba para os hospitais aumentou de R$ 433 milhões para R$ 555 milhões.
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